sábado, 31 de maio de 2008

pensamento do dia

"Se eu pudesse contar uma história com palavras, não precisava de andar com uma câmara". Lewis Wickles Hine

E é mesmo isso que acontece. Não conseguimos contar a história com palavras. Não conseguimos nós, os que não somos jornalistas, e não conseguem os que fazem da escrita o seu dia-a-dia. É sempre necessário ver o que de facto acontece. Quem são as pessoas descritas por palavras. Quais as suas expressões. Onde estão. Como estão. É necessário comprovar que o sítio descrito é mesmo assim, como lemos.

A fotografia consegue também congelar momentos que nunca se irão repetir (esta foi inspirada no livro Câmara Clara).


E é por isto, e por muito mais que eu não consigo explicar, que eu gosto de Fotografia.

sábado, 24 de maio de 2008

a aprender

© sara matos

Aqui fica uma foto que fiz no mês passado. Marta Crawford. De um dia em que trabalhei, mas mais importante que isso, vi trabalhar o Rodrigo Cabrita. E aprendi umas coisas nesse dia.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

pensamentos (quase) soltos


os dias
Não sei muito bem o que escrever hoje mas até me apetece escrever. Aproxima-se o fim-de-semana. É engraçado pensar nisto das semanas. Vivemos a pensar que hoje é sexta, amanhã é sábado e por aí fora. Na maioria das vezes contamos os dias para que chegue o tão desejado fim-de-semana. É isso e o fim do mês.

as pessoas
Às vezes penso nisto. Porque será que simpatizamos com umas pessoas e outras não? Porque tantas se cruzam na nossa vida e passado um tempo deixam de fazer parte de nós e outras, por mais tempo que passe, permanecem sempre ligadas de uma forma especial?
São coisas que não se explicam. Acho que não há respostas para estas perguntas. Acontece.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Sr. Presidente

© sara matos

O Sr. Presidente visitou a Escola Superior de Comunicação Social (ESCS). Aquela que foi a minha segunda casa durante quase quatro anos. Eu fui. É estranho estar do lado de fora. Já tinha tirado fotos na regie do estúdio verde algumas vezes. Mas desta vez era diferente. E ao mesmo tempo não era.
É bom conhecer os cantos à casa. É estranho ver que tudo continua igual. Eu e outros. Os outros e eu. Só que desta vez estava o presidente. Ele e os seguranças (ou guarda-costas) que nos empurram.

Vida de PR não é nada sossegada nem fácil. Mesmo quando se trata "apenas" destes roteiros. Andar de um lado para o outro a visitar sítios. Ainda no Domingo estava a entregar a Taça ao Sporting (e viva o Sporting!); segunda-feira visita a ESCS e o ISEL e mais não sei o quê; depois ruma ao Porto para continuar este roteiro da Ciência.


Até à próxima Sr. Presidente.

© sara matos

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Independence of the Seas

O navio é mesmo grande. A sério. Tanto que para conseguir tirar uma foto à sua totalidade seja preciso ir à outra margem do rio Tejo ou tirar da ponte 25 de Abril. É mesmo enorme.

Fazer um cruzeiro é algo com o qual nem sonho muito. Tenho receio. Julgo que tenha ficado traumatizada com o Titanic. Mas tenho de reconhecer que aquilo é um mundo. Quase nos esquecemos que estamos num navio. Tem casino, lojas, ginásio, piscinas, teatro, pista de gelo, etc, etc. Ok, confesso que fiquei tentada a experimentar. Ao fim de um tempo lá dentro até nos esquecemos que não estamos em terra.

Ver mais nas centrais de hoje do DN.
Deixo aqui algumas fotos.







fotos © sara matos

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Zadie Smith

© sara matos

Fiquei com vontade de ler um livro dela. Ler a entrevista aqui.
Não percebo estas pessoas que dizem que não gostam de fotos quando até são fotogénicas.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

globos

Não há por cá óscares, ficamo-nos pelos globos de ouro. Eu até gosto de ver. Mas do que eu não gosto é quando não ganha quem eu quero que ganhe. Aconteceu no cinema. Confesso que só vi dois dos filmes nomeados, a outra margem e call girl. Os outros eram belle toujours e o capacete dourado. A minha preferência era pelo a outra margem. Call girl por acaso até me surpreendeu porque ia com as expectativas muitos baixas. Mas, a outra margem supera de longe, no meu entender. Quanto aos outros, não sei. Mas o que aconteceu foi que ganhou o call girl. E a Soraia Chaves como melhor actriz. E o Ivo Canelas como melhor actor. Melhor actor? E o Filipe Duarte?

Aqui fica um cheirinho de a outra margem.



Do que eu gostei de ver foi do Jorge Palma a receber o globo. "Finalmente", como o próprio disse. E a homenagem ao Henrique Mendes, recordar o Médico de Família é recordar a minha infância quase, e ele estava lá. E o ponto de encontro. Parece que ainda oiço a música do ponto de encontro. E a Eunice Muñoz a ser reconhecida com o prémio mérito e excelência.

Do que não gostei foi da Gianna Nannini a fazer um playback muito playback. Ah, a Mafalda e o João Pedro podiam ter ganho um globo.

Para o ano há mais.

domingo, 11 de maio de 2008

o sabor do amor



O sabor do Amor - My blueberry nights.

Eu como até gosto da Norah Jones tinha de ir ver este filme. A sua estreia no grande ecrã.
Decidi não ler qualquer crítica ao filme, fazendo uma excepção às estrelinhas do Público (muito pouquinhas). Queria ir sem conhecer nada da história. Conhecia apenas os actores e tinha lido pouca coisa mais. Mas já tinha visto a imagem do beijo da Norah ao Jude Law. Acho mal terem optado por usar isso para fazer a promoção do filme. Desde o início que sabia que aquilo ia acontecer. Ok, se não tivesse visto, também iria pensar que ia acontecer mas, ao menos não tinha a certeza absoluta.
A realização e a fotografia do filme estão impecáveis. A história em si pode estar cheia de clichés mas até gostei. É uma viagem pelo amor, o seu saborear - umas vezes mais doce, outras mais amargo. Faz-nos pensar nas relações.

Quando vejo estes filmes penso sempre: mas será que os americanos são mesmo assim? Partem à aventura e correm o (gigante) país quando lhes apetece? Passam por aquelas estradas lindas no deserto, com cruzamentos fotogénicos... Procuram um sentido para a vida e acabam por descobrir? O caso do Lado Selvagem (Into the Wild) então é o extremo disso (que por acaso até é baseado em factos reais).
Penso nisto e acho que gostaria de um dia experimentar. Mas aqui não há desertos. Nem coragem. E tarte de mirtilos, há? Nunca provei...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

dias murchos

Há dias que passam por nós sem muito nos dizer. Há dias em que tudo parece nada.

Às vezes sentimos um vazio que não sabemos explicar. Uma sensação de que falta alguma coisa mas não se sabe bem o quê. Hoje é um desses dias. Dia em que nada parece bater certo. Mas, no fundo, tudo está lá onde sempre esteve, ou tem estado.

E depois olho em redor e o mundo é feio. Ou as pessoas desse mundo. Algumas. E depois há ainda coisas feias que não dependem das pessoas, nem da natureza. Acontecem porque sim. E quando menos se espera.

Amanhã é outro dia.

sábado, 3 de maio de 2008

praxes e anti-praxes

Praxes. As minhas até foram boas. Foi uma semana porreira mas cansativa. Joguinhos aqui e ali. Não foram violentas.
Eu nunca praxei. No segundo ano ainda tive a febre de querer comprar o traje e participar a sério naquilo. Mas o traje estava esgotado e desisti disso.

Mas acredito que haja sítios onde as praxes sejam violentas. Onde as pessoas saiam magoadas, física e/ou psicologicamente. Acho que são episódios que devem ser condenados. A praxe só faz sentido se servir para a integração dos novos alunos. Não deve servir, no meu entender, para evidenciar a suposta supremacia dos mais velhos. Para humilhar ou magoar.

Isto a propósito do texto da Fernanda Câncio.

Steve McCurry

Vou tentar, periodicamente, escrever um pouco sobre um fotógrafo e dar o link para as suas fotos.
Hoje apetece-me sugerir Steve McCurry, fotógrafo da Magnum. "Todos" conhecem pelo menos uma das suas imagens. A rapariga afegã de olhos verdes. Mas ele tem muito mais. As suas fotografias marcam a diferença pelas cores e composição. Os retratos transmitem sempre qualquer coisa forte. Olham-nos nos olhos.

Conheçam mais no seu site. Ou no da Magnum.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Anselm Jappe

Hoje sai a minha maior foto até à data no DN. Nas centrais, no especial. Atenção que o que determina o tamanho das fotos não é a sua qualidade, ou seja, não é nada de extraordinário enquanto foto. Acontece que o tema mereceu destaque e a foto foi por arrasto. Também importa dizer que fiz as fotos na minha segunda semana lá. Na altura nunca se sabe muito bem o que pode dar. Devido à demora em sair, cheguei até a pensar que já tinha saltado de vez. Foram as fotos da minha primeira entrevista sozinha (e única até agora) lá.

Ler aqui.

Não foi nada fácil. O filósofo falava francês (eu não). Não gostava de fotos e não parecia fazer um esforço para gostar ou colaborar. Quando eu clicava no botão e soava o click, ele olhava para mim, eu sorria muito simpaticamente mas ele não. Fui buscar o livro que aparece na foto (o seu último livro) para que no fim da entrevista lhe pudesse tirar umas fotos. Coloquei-o em cima da mesa e decidi começar por tirar também durante a entrevista, até que ele, estrategicamente, o arruma para um canto da mesa, em cima das páginas amarelas. Uma forma subtil de me dizer para parar. Não tive coragem de lhe pedir para posar para mim com o livro na mão, depois da entrevista.

Esta foi a fotografia escolhida pelo editor. Confesso que ainda não consigo escolher uma fotografia para resumir e falar por todas as outras, principalmente quando se trata das que eu tiro.



O curioso também é o facto de ter tido dúvidas em seleccionar esta foto para mostrar. Tinha receio de parecer que ele estava com dor de cabeça ou algo desse género. Mas acho que até comunica bem com o título e com a forma como as páginas estão desenhadas.

Fiquei bastante desiludida quando vi o jornal impresso. Parece que ele tem uma doença de pele. Espero que não tenha acontecido em todos os exemplares. Está com uma cor tão estranha :(

passadeiras perigosas

Esta semana fiz um trabalho sobre passadeiras perigosas ali na zona da Ajuda. Passadeiras para peões que ficam em cima de paragens de autocarro. Visitámos três desses casos. O resultado pode ser visto aqui mas, não foi exactamente aquilo que eu pretendia. Mas isto é sempre assim. Há sempre uma "guerra" e confronto de posições entre redactores, fotógrafos e paginação.

A minha ideia era mostrar duas fotografias que se pudessem complementar.




As duas fotografias representam o mesmo local. No primeiro caso, podemos ver a dificuldade que um condutor tem de ver se há peões a atravessar a estrada pois temos um autocarro do nosso lado. Na segunda foto podemos perceber o local da passadeira e da paragem de autocarro e a existência de um peão a atravessar, que dificilmente é visto pelos carros da faixa em que seguíamos no exemplo de cima. Também se percebe a natureza da estrada, a descer, que propicia o aumento de velocidade, o que torna a situação ainda mais perigosa.

O exemplo que aparece na peça é noutro local, que mostra que a paragem de autocarro se encontra exactamente em cima da passadeira.

Bem, escusado será dizer (mas digo na mesma) que conduzir é um acto de extrema responsabilidade e que o melhor é estar sempre atento a situações destas. Estes, infelizmente, estão longe de ser casos isolados. Muitas vezes nos deparamos com passadeiras imediatamente a seguir a paragens de autocarro e, o grande erro, ultrapassamos o autocarro e não temos visibilidade para ver se há peões a atravessar a estrada.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

espigas

Hoje é dia da espiga. E do trabalhador. Mas do trabalhador não quero falar, nem de feriados.

Hoje vendem-se e compram-se aqueles ramos de espigas, papoilas, margaridas e mais não sei bem o quê (ah, também folhas de oliveira, julgo eu). Parece que dá sorte e se deve guardar até ao ano que vem. Não percebi bem ainda porquê.

Conheci a D. Irene que ontem começou por vender estes ramos ali no Cais do Sodré.
Ver artigo aqui.