A minha série de televisão favorita, aquela que mais gostava de ver, aquela da qual ainda hoje me recordo, aquela que, de alguma forma, me marcou, foi Os Jornalistas.
Gostava de ver o ritmo da redacção, gostava de acompanhar a vida daquelas personagens. O Paulo Pires era o fotógrafo lá do sítio (como podia ser apenas ele? ah, e a Clara? acho que ela também fotografava, ou não?), depois havia a Fernanda Serrano e afins, que eram as jornalistas. Havia o Caixinha, o Joca e por aí fora. Aquele ambiente fascinava-me. As conversas de redacção, os stresses dos trabalhos, os encontros no café e por aí fora.
Talvez naquela altura pensasse que seria fantástico trabalhar assim. Já tinha uma admiração enorme pela fotografia e pelo jornalismo mas acho que ainda não o admitia nem dizia que gostava de ser fotógrafa nem de trabalhar num jornal. Isto porque sempre admirei muito estas profissões e não sabia se tinha algum dom (e continuo sem saber) para isso. Sim, porque acho que não basta querer e gostar de ver.
Hoje conheço de perto a realidade da redacção de um jornal diário (que é bem diferente da Gazeta!). Tive sorte. Acho que no fundo não imaginava que um dia pudesse mesmo trabalhar num sítio assim. Mas, ao mesmo tempo, sinto que tinha mesmo de experimentar e conhecer. Não me sinto nada perto da meta, isto é, não me sinto como o Paulo Pires. Sinto-me a meio do caminho. Mas agora vejo com os meus olhos e não apenas o que a ficção me deixava ver.
Este é um post assim "meio lamechas" e pode não significar nada para quem o ler (principalmente se não for da área) mas, foi dos mais complicados de escrever.