intimidade alheia

podemos fazer filmes com o estendal alheio. podemos tentar adivinhar como serão as pessoas que vivem naquela casa. ou então não. podemos apenas olhar e ver 6 cuecas e 1 camisola, roupa "branca" no estendal de uma casa branca.

tons de outono

há uns anos, quando me perguntavam qual era a estação do ano de que mais gostava, a minha resposta era o verão. julgo que era por ser (mais) miúda, por ter férias grandes, por fazer anos nessa altura, por essas coisas todas. há uns anos comecei a duvidar disto. o (pouco) gosto pela praia no verão não justifica tal resposta. comecei então a apreciar as estações do ano de outra forma. é certo que aquilo que nos ensinam na escola já não se adequa exactamente à realidade. cada vez mais nos aproximamos da divisão das estações por verão-inverno, ponto. as estações "intermédias" começam a desaparecer. mas ainda podemos cheirar o outono e a primavera, acho eu. e consegue o verão competir com os tons de outono? com as folhas caídas, o primeiro frio, o nevoeiro, as primeiras chuvas. o castanho e o amarelo. não vou falar do cliché do cheiro a terra molhada porque nem acho que seja o mais importante.

hoje fui a évora (foi lá que tirei a foto), de manhã estava um nevoeiro cerrado, um frio que fazia lembrar o inverno e as folhas caídas no chão..

lições de vida

© Sara Matos

uma das coisas que me faz gostar do fotojornalismo é o facto de poder aprender coisas novas todos os dias, de conhecer pessoas, de partilhar e perpetuar momentos. há trabalhos que marcam mais que outros, é obvio. seja pela fotografia em si, seja pelas pessoas que connosco partilham as suas vidas.
há uns dias fui à casa Ronal McDonald. ela "foi pensada para acolher as famílias mais carenciadas que chegam de todo o país acompanhando os seus filhos a necessitar de internamento ou de cuidados ambulatórios no Hospital D. Estefânia, em Lisboa". a casa fica a 5 minutos do hospital a pé. desde a sua fundação, faz agora um ano, já acolheu 94 famílias.
conheci o Filipe (na foto), o Rafael e o Pedro nesse dia. três meninos que me sorriram mais que muitas pessoas com quem estou todos os dias. mostraram-me uma força, uma alegria, que quase me deixavam esquecer que têm problemas, que terão tanto a passar nesta vida. tanto que lutar, tanto que conquistar. mas senti neles tudo o que não vejo em tantas outras pessoas saudáveis. senti neles uma alegria genuína. como se cada minuto fosse de facto um minuto que tinha de ser aproveitado e vivido porque sim. porque o que interessa é que estão ali e estão a sorrir. e estão a conhecer pessoas novas. e apertam-me os dedos, sorriem-me e mandam-me beijinhos. naquela manhã senti que tudo é tão relativo, que tantas vezes andamos com as prioridades trocadas.

tem lugar este fim-de-semana a campanha McSorriso, por cada menu consumido no McDonalds 25 cêntimos revertem a favor desta casa. vamos todos participar para tentar ultrapassar os 82 mil euros angariados no natal passado?

hoje chove

© Sara Matos

até me apetecia escrever qualquer coisa. hoje esteve um dia de inverno bonito - sim, eu vejo beleza nos dias assim. posso escrever que andei a passear um pouco por lisboa a pé, com a chuva. podia escrever muio mais coisas mas não o vou fazer. fica assim, pronto.

mais arte

arte lisboa 2009, 22 de novembro.

arte lisboa 2009

fiquei boquiaberta com a perfeição das esculturas de cera
(segunda fotografia).

gaudé

Laurent Gaudé, escritor francês, veio a Lisboa para o lançamento do seu mais recente livro, A Porta dos Infernos.

a febre da quinta

quem ainda não deu conta da febre do farmville ou do mafiawars? pois é. joguinhos do facebook que andam a "viciar" (com ou sem aspas, conforme o caso) muitas pessoas por esse mundo fora. um fenómeno.

esta semana fui à quinta pedagógica dos Olivais fotografar uma família (mãe, pai e filho) fãs do farmville. passar parte da manhã numa quinta a sério. com animais a sério. calçámos umas botas de borracha e lá andámos nós ao pé das galinhas, das cabras, das ovelhas.
"olha morangos, 4 horas", diz o Tiago para a mãe. na minha ignorância em relação ao assunto, esboço um "anh?", e lá vem a explicação, parece que no jogo bastam 4h para os morangos ficarem bons. um fenómeno, sem dúvida.

[só posso postar os trabalhos depois de serem publicados, daí que às vezes passe alguns dias sem dar notícias.]

não aos burlões

os clientes do BPP reuniram-se no passado sábado para uma vigília de protesto contra o congelamento das suas contas, uma situação de impasse que dura há quase 12 meses.

Francisco Ribeiro, ex-Madredeus, edita o primeiro álbum da sua autoria, "Desiderata - A Junção do Bem", dia 23 deste mês e apresenta-o a 5 de Dezembro no CCB.

o realizador francês Jacques Audiard no Estoril Film Festival, 14 de Novembro de 2009.

trabalho de agência

outra semana com bastante trabalho, felizmente. hoje (ou ontem, 6ª feira) experimentei o trabalho de agência. e comecei logo por uma grande. e boa. é um mundo diferente, é o fotojornalismo puro e duro, quase. é a notícia, o imediato. é fotografar o que está a acontecer seja feio ou bonito e enviar. aprendi que nem tudo pode ficar perfeito e bonitinho e blá-blá. às vezes é preciso mesmo fotografar tipos com microfones na mão.

na foto,o realizador Jacques Audiard à chegada da gala de encerramento do estoril film festival, no casino do estoril.

[e se fizerem uma busca na getty images por sara matos aparecem fotos. há coisas fantásticas, não há?]

6 meses depois lá voltei eu a uma apresentação de resultados do millennium bcp.

[capa de hoje do jornal de negócios]

steven tebbe

Steven Tebbe, vice-presidente de assuntos ambientais da Netjets.

Helmut Elfenkämper

Embaixador da Alemanha, Helmut Elfenkämper.


Não me lembro de ter uma semana tão preenchida de trabalho como esta. E ainda bem que assim foi. Infelizmente não me posso queixar quando tenho muito trabalho como a maioria das pessoas (que ganham o mesmo tendo muito ou pouco para fazer). Eu fico satisfeita quando tenho dias cheios de clicks e só queria que continuasse assim.

[acrescentei uma "marca de água" às fotos porque esta semana vi uma foto minha noutro blog, que embora devidamente identificada me deixou receosa quanto ao destino que as mesmas podem ter.]

um ano depois

faz hoje um ano estava a começar o meu estágio no Público, quando dei conta disso, num destes dias, pensei: "o tempo passa a correr!" mas se pensar mais a sério sobre isso, sinto que foi já há algum tempo sim. e nestas alturas há sempre a tendência a fazer balanços e tal e tal. então lembro-me tão bem de estar no bar da escs a dizer aos meus amigos que estava a pensar sair do DN e ir estagiar para o Público, porque sim. porque o Público sempre foi o Público, porque antes de pensar em desistir disto (profissão) queria ver o meu trabalho no Público, queria aprender lá. e desde o início que me deparei com receios, diziam-me para pensar bem, que podia ser muito bom mas depois o que ia fazer? sempre tive consciência disso, que seriam 3 meses, ponto final. depois tinha de arranjar outro sítio ou outra coisa. estava disposta a correr os riscos que fossem.

entretanto, passado um ano, muita coisa mudou. escusado será dizer que aprendi muito. sinto que progredi mas também sinto que ainda falho. sei que tudo isto é um processo, que estou a caminhar para qualquer lado, durante não sei quanto tempo. é certo que tenho a certeza que poucas coisas me dão tanto gozo como estar perto da notícia, de fotografar pessoas, de ver o meu trabalho num jornal ou revista. mas sempre tive perfeita consciência que seria muito complicado viver disto. e o pior é que continuo a pensar assim.

há um ano estava a fotografar jornais na redacção do Público, porque não havia mais nada para fazer, porque era o meu primeiro dia. hoje fotografei um embaixador. daqui por um ano onde estarei e o que estarei a fazer?

jorge lacão

Ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, depois de entregar o programa do Executivo ao presidente da Assembleia da República.