segunda-feira, 30 de junho de 2008

tocar na Gulbenkian

© sara matos

Não gosto muito disto dos mais e menos mas talvez este tenha sido um dos trabalhos que mais gostei de fazer para o jornal. Orquestra de miúdos na Gulbenkian. Ver o empenho deles quando tocam. Ver o seu ar reguila. Apanhar expressões genuínas, de miúdos mesmo.
Fiquei encantada. Confesso que, quanto ao mais importante, - e o meu ouvido não é dos melhores - não sei se afinaram ou desafinaram, estava focada na visão e pouco sobrava para o sentido auditivo. Mas, só de os ver vale a pena.

Ler mais aqui.

domingo, 29 de junho de 2008

marcha LGBT

Fui tirar umas fotos à marcha LGBT de ontem. Nunca tinha ido. Ia na expectativa de poder tirar umas fotos porreiras porque manifs, marchas, procissões e coisas afins costumam ser sempre algo fotogénico. Mas ao ver as fotos e ao tentar escolher alguma que mostrasse ou resumisse aquelas horas senti algumas dificuldades. Podia escolher, como os órgãos de comunicação social em geral, uma foto mais "excêntrica", ou podia escolher umas mãos dadas, podia escolher um beijo, podia escolher um cartaz ou mostrar muita gente na rua, mas não. Optei por mostrar uma foto quase banal. Não choca. Podia ter sido ontem ou podia ter sido noutro dia qualquer, noutro sítio. Mostra alegria. É isso que vejo nela. Acho que as pessoas que percorreram as ruas de Lisboa ontem, do Príncipe Real até ao Terreiro do Paço, num dia de muito (mesmo muito) calor apenas querem poder ser felizes, sem dramas.

Acho que não deveria ser preciso haver um dia para as pessoas saírem à rua para lutar por algo deste género. Ser preciso combater as discriminações só mostra o quanto estamos atrasados socialmente.

Já li em blogs críticas à forma como a comunicação social tratou o assunto. Tive o cuidado (como tenho sempre que faço um trabalho) de ver o que os outros jornais fazem. Claro que era previsível, em relação às fotos principalmente, que saísse o que saiu. Texto só li o do DN e, por razões óbvias, não o quero comentar.


© sara matos

domingo, 22 de junho de 2008

"era um sonho que eu tinha"...

A minha série de televisão favorita, aquela que mais gostava de ver, aquela da qual ainda hoje me recordo, aquela que, de alguma forma, me marcou, foi Os Jornalistas.

Gostava de ver o ritmo da redacção, gostava de acompanhar a vida daquelas personagens. O Paulo Pires era o fotógrafo lá do sítio (como podia ser apenas ele? ah, e a Clara? acho que ela também fotografava, ou não?), depois havia a Fernanda Serrano e afins, que eram as jornalistas. Havia o Caixinha, o Joca e por aí fora. Aquele ambiente fascinava-me. As conversas de redacção, os stresses dos trabalhos, os encontros no café e por aí fora.
Talvez naquela altura pensasse que seria fantástico trabalhar assim. Já tinha uma admiração enorme pela fotografia e pelo jornalismo mas acho que ainda não o admitia nem dizia que gostava de ser fotógrafa nem de trabalhar num jornal. Isto porque sempre admirei muito estas profissões e não sabia se tinha algum dom (e continuo sem saber) para isso. Sim, porque acho que não basta querer e gostar de ver.

Hoje conheço de perto a realidade da redacção de um jornal diário (que é bem diferente da Gazeta!). Tive sorte. Acho que no fundo não imaginava que um dia pudesse mesmo trabalhar num sítio assim. Mas, ao mesmo tempo, sinto que tinha mesmo de experimentar e conhecer. Não me sinto nada perto da meta, isto é, não me sinto como o Paulo Pires. Sinto-me a meio do caminho. Mas agora vejo com os meus olhos e não apenas o que a ficção me deixava ver.

Este é um post assim "meio lamechas" e pode não significar nada para quem o ler (principalmente se não for da área) mas, foi dos mais complicados de escrever.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

sto antónio

Como "prometido" aqui ficam as fotos da procissão de sto António. Feitas num dia de folga.
Falta o som. Tenho de arranjar um gravador para ter sempre à mão.

sábado, 14 de junho de 2008

Hotel Heritage

Deixo umas do hotel Heritage da Av. da Liberdade. Adoro Lisboa mas às vezes até tenho pena de ser de cá. Porque gostava de ficar num destes hóteis, gostava de olhar para a cidade como não pertencendo a ela. Gostava de saber o que iria sentir ao visitar Lisboa (sendo eu de outro país qualquer).




© fotos sara matos


Podem ler mais aqui.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

está tudo louco?!

© sara matos

Estamos perto da ruptura. Combustíveis e bens alimentares escasseiam.
Parece que os camionistas resolveram mostrar que têm impacto no nosso dia-a-dia. O resultado está à vista. Não tenho muito mais a dizer a não ser: a greve até pode ser um direito de todos, mas não acho de deva ser um dever. Acho vergonhoso que sejam apedrejados camiões por não aderirem à greve.

Mas em dia de jogo de futebol, quem se preocupa com estas questões? O país parou a meio da tarde, sim. Mas para ver o jogo da selecção. A foto é do Parque Eduardo VII.

© sara matos

Sem mais comentários.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

o Rodrigo

© sara matos

O Rodrigo é um miúdo de 17 meses e é portador do síndroma Aicardi-Goutières. A família queria levá-lo a Cuba mas os tratamentos são muito caros.
Não sei muito bem o que escrever mais. Há coisas que me passam pela cabeça mas não quero estar aqui a fazer testamentos. Podem ler mais na pág.9 do DN de hoje.

Vamos ajudar o Rodrigo?

sexta-feira, 6 de junho de 2008

manifestação CGTP

© sara matos

Nunca tinha fotografado uma manifestação. Experimentei hoje (ontem).

Gosto desta imagem. Não mostra as 200 mil pessoas presentes. Mas acho que transmite a força que queriam mostrar com o protesto. (gosto do olhar do miúdo e da expressão e olhar da senhora do lado).

a Joana

© sara matos

A Joana era uma miúda como tantas outras. Tinha 12 anos e como muitos miúdos- e como tantos de nós também- atravessou a estrada fora da passadeira. Custou-lhe a vida. Andava numa escola pública em Lisboa. Uma escola sem passadeira em frente ao portão.

Não conhecia a história em pormenor e confesso que me tocou. Ver na estrada "MORTE DA JOANA 4-06-08", junto de flores, peluches e fotos dela. Não consigo deixar de pensar na vida que tinha pela frente. Sonhos. Quantos sonhos deveria ela ter? Segundo li, gostava de desenhar e fazia-o bem. Uma artista cujo destino foi traçado demasiado cedo.

Na zona da escola da Joana, junto à alta de Lisboa, há dois colégios privados. Ambos têm passadeira junto ao portão e têm protecção no passeio para que não se atravesse fora dela. Na escola da Joana, uma rua mais movimentada e perigosa, parece que há muito se reivindicava por isso também. Estas constatações são tristes.

Ler mais aqui e aqui.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

querer tanto um filho

© sara matos

Há um tempo que não colocava aqui fotos. Este foi um retrato que fiz na semana passada. Apesar do céu parecer tempestuoso há que olhar sempre mais além. A dica para o conceito (e o local) veio do editor.

Parte da reportagem, sobre a Infertilidade, pode ser lida aqui. Uma realidade que às vezes não é vista da forma mais correcta.