antes contava os dias que faltavam para fazer anos, ficava ansiosa, levantava-me nesse dia o mais cedo que conseguisse (mesmo muito cedo) para aproveitar o máximo possível. sentia que aquele era o meu dia (tão ingénua). há uns anos para cá isso deixou de acontecer. apesar de ainda gostar da ideia de se lembrarem de mim, de me mimarem, já não é a mesma coisa. acho que é normal, é sinal que cresci um bocadinho e percebo que fazer anos não é nada de extraordinário e, feliz ou infelizmente, lá acontece uma vez por ano.
no entanto, ainda dou valor aos telefonemas, às sms, ainda penso quem se lembrará de mim, quem fará questão de ser o primeiro. e, os pequenos nadas pelos quais comecei referem-se a isso. a minha mãe aparecer com um bolo brigadeiro (que eu adoro) na mão a cantar-me os parabéns à meia-noite, por exemplo. cada vez mais dou importância aos gestos simples, aos pequenos nadas que no fundo são o mais importante.
